Meu amor é marinheiro

Manuel Alegre / Alain Oulman

Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode agarrar

Quando chega à minha beira
Todo o meu sangue é um rio
Onde o meu amor aporta
Meu coração um navio

Meu amor
Disse que eu tinha
Na boca um gosto a saudade
E os cabelos onde nascem
Os ventos e a liberdade

Meu amor é marinheiro
Quando chega à minha beira
Acende um cravo na boca
E canta desta maneira

Eu vivo lá longe, longe
Onde moram os navios
Mas um dia hei-de voltar
Às águas dos nossos rios

Hei-de passar nas cidades
Como o vento nas areias
E abrir todas as janelas
E abrir todas as cadeias

Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Coração que nasceu livre
Não se pode acorrentar