Fado meu

Carlos Neves / António Mestre

Cantar, é o meu fado verdadeiro
Com mágoas ou amor no coração
Sou como o mar, selvagem ou fagueiro
Mas sempre a entoar uma canção

Do vento que conduz a gente aos portos
Das sereias a chamar
E dos marinheiros mortos
Ai, quantos desejos mortos
Canto eu e canta o mar

É fado meu
Já não sou eu
Se canto o fado doutra vida
É meu aquele pranto
É minha a dor que canto

É fado meu
Já não sou eu
E a minha voz me faz erguida
Dá-me alma e modos
De irmã de todos
Que a dor perdeu