Aqui

Mário Rainho/Reynaldo Varela
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Aquí, em cada fado há uma flor
No canteiro da alma de quem canta
Aquí cada guitarra embala a dor
Quando à noite a saudade se levanta
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Aqui, cada poema é gota de água
Que às vezes mata a sede, à solidão
Aquí cada cigarro engana a mágoa
E perfuma a tristeza de ilusão
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Aquí, toda a distância do passado
Senta-se à minha mesa de mansinho
Aquí, as minhas veias bebem fado
Que nasce em cada canjirão de vinho
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Aquí, sinto a coragem de ser eu
Ao rir do meu passado fatalista
Cantando com a voz que Deus me deu
Aquí de corpo e alma sou fadista